terça-feira, 6 de novembro de 2007

Asanas e sua Compensação.

Compensação de Asanas.


Enquanto estamos estabelecidos num asana, uma cadeia determinada de músculos se encontra em ação, seja em alongamento ou contração. Alguns órgãos internos são afetados por pressão muscular ou mesmo pela respiração. A coluna pode estar passando por uma de suas seis possibilidades de movimento, em força, ou alongamento. O mesmo se repete com as articulações, que se abrem ou fecham.
Porém sempre se faz necessário uma compensação, uma ação igual e contrária. Seja a nível muscular, dos órgãos, na coluna, ou articular.

Este trabalho de compensação de uma asana se realiza por necessidade, e se não for feito pode acarretar sérios desvios no alinhamento corporal, em termos de postura ou mesmo desvios de coluna, por exemplo, a prática de esportes no qual se utiliza só um lado do corpo, sem trabalho de compensação, pode gerar um desvio ou atrofiamento (ex. basebol, tênis, vôlei, etc.).

No estudo de Hatha Yoga, encontramos compensações naturais para cada asana, levando também em consideração uma asana intermediaria.


Em Paschimathanasana, por exemplo, as pernas estão no seu total alongamento, também os braços, com a articulação dos ombros “fechada” em direção do peito, a coluna em flexão anterior, e um trabalho de compressão, devido à contração muscular, dos órgãos internos, como estomago, intestinos, mais levemente no baço e pâncreas e fígado. O trabalho nos rins acontece por alongamento dos músculos das costas. Purvothanasana é a postura intermediaria, onde um trabalho intenso da parte anterior do corpo acontece. Os braços estão tensos e sob pressão, os ombros em abertura, os músculos das costas contraídos e as pernas também sob força. A coluna numa leve flexão posterior. E então passamos a Matsyasana, na qual sim estaremos trabalhando com uma contra postura, pela flexão das pernas, a coluna em flexão posterior, os ombros posicionados “abrindo” o peito, os órgãos internos que estavam sob pressão, agora se beneficiam com o alongamento, e os rins recebem a pressão dos músculos das costas contraídos.
Assim teríamos compensado inclusive as articulações, assim como a musculatura, e o trabalho interno também.
Logo vemos que para Ustrasana, a asana seguinte seria Balasana, e como contra postura Adho Mukha Swasana . Desta maneira, observando os movimentos das articulações e os músculos, e a postura da coluna, podemos compensar os esforços feitos num asana, passando para outras que trabalhem os mesmos aspetos, em trabalho oposto ou contrário. Quando “abrimos”, “fechamos”, depois de alongar, contraímos, depois de uma flexão anterior, uma retro flexão, este cuidado manterá o equilíbrio da prática dos alunos.
Mesmo que um asana seja necessária para o equilíbrio nos Doshas do aluno, durante uma aula convencional, devemos manter o equilíbrio, observando a compensação.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Diferença entre asana, postura e mudras





Asana, postura e Mudras.
O conceito de âsana dentro do Hatha Yoga é definido como uma postura natural, cômoda, na qual o praticante se desenvolve com naturalidade, mantendo sua respiração sob controle, evidenciando um selo característico de cada âsana. Cada âsana tem um selo característico que a diferencia. Os pontos de apoio, a zona muscular, o trabalho da coluna, e os órgãos atingidos são levados em conta na perfeita performance de uma âsana específicos.
Postura pode ser chamada assim, qualquer posição que o corpo adote, sem levar em conta consideração alguma quanto a ângulo entre coluna e as extremidades, ou a situação da coluna ou mesmo que músculos estão sendo trabalhados, seja em alongamento ou força, e assim por diante.
Portanto, a principal diferença radica em que âsanas tem um selo que as caracteriza, que identifica qual grupo de músculos trabalha, qual a posição da coluna, como atua a força da gravidade, e entre outras considerações, em quais órgãos internos interage. Estas considerações não são levadas em conta numa simples “postura”.
Por exemplo, podemos assumir a postura sentada, com as pernas esticadas. E isso por si só já é uma postura, porém se as pernas estiverem esticadas e retas, a coluna ereta erguida e a noventa graus em relação com as extremidades inferiores, com os braços erguidos e alinhados com as orelhas, a respiração sob controle, diríamos que a Dandâsana fora alcançada. Ou seja, por estarmos na posição sentada, não implica em que estejamos realizando Dandâsana. Mais, considerando vários pontos, podemos dizer que “isto” é Dandâsana, desde que a pessoa esteja sentada, com seus ísquios, os músculos posteriores das pernas e os calcanhares também como pontos de apoio em contato com o chão.
No entanto, se mudarmos os pontos de apoio, se o praticante estiver na mesma postura, porém com as mãos e os pés bem apoiados no chão, com os quadris projetados para acima, estaríamos perante a Adho Mukha Swanâsana, que é uma outra âsana, somente por termos mudado os pontos de apoio, mais a postura continua a mesma.
Por outro lado, Mudras são gestos, forma de expressão, seja formada com as mãos ou o corpo como um todo, com intuito de criar uma mensagem. Existem Mudras de diversas formas e com os mais variados objetivos, mais por terem um objetivo definido, não podem ser meramente colocados como “posturas” nem das mãos nem do corpo. Em muitas gravuras de divindades percebemos a mão direita suavemente virada para o observador, com a palma exposta e os dedos estendidos para acima, este gesto indicaria uma atitude de benevolência por parte da deidade, um gesto que abençoa quem o recebe.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Curso de Hatha Yoga segundo a visão da Ayurveda!!








Curso de Formação de Instrutores de Hatha Yoga sob a visão da Ayurveda!!

No mes de Maio daremos inicio a este primeiro Curso de Formação de Instrutores de Hatha Yoga, segundo os ensinamentos da Ayur Veda. Curso montado em doze módulos,um final de semana por mes.

O Sábado 19 e Domingo 20 de Maio será o primeiro Módulo!


Os outros módulos, sempre no segundo final de semana cada mes.


E outra bela noticia é que terá como cenário a fazenda Hare Krsna, Nova Gokula, em Pindamonhangaba, interior de São Paulo. Para ver fotos do local, entre http://www.novagokula.com.br/


Este Curso é um projeto pioneiro e aborda, entre outros, temas como Doshas, Sub-Doshas,Yoga Sutras, Noções Básicas das escolas tradicionais de Hatha Yoga, etc. e mais, muito mais..


Para informações entre em contáto conosco

ayurvedakeli@itelefonica.com.br

(11) 6591 9861,

ou (11) 8617 2175

terça-feira, 6 de março de 2007

Conceitos de Rasa, Virya, Vipaka e Prabhava, segundo a Ayur Veda.

A Ayur Veda se caracteriza pela sua visão holística.
Os mesmos sintomas de desequilíbrio da saúde podem ser tratados de maneira diferentes pelo curador habilidoso, ele só precisa conhecer bem o seu paciente tanto física como mental e emocionalmente, conhecendo sua constituição ou Prakruti, a natureza e o estado de evolução do desequilíbrio.
Partindo do principio que o indivíduo é um microcosmo, entende-se que o equilíbrio perdido também se encontra no macrocosmo.
A Ayur Veda analisa os efeitos dos alimentos ingeridos como sendo quatro, em sânscrito, Rasa, Virya, Vipaka e Prabhava, que em português poderíamos traduzir como sabor, energia (calórica), efeito pós-digestivo, e efeito na mente ou consciência.

Rasa (sabor)
Pela presença dos cinco grandes elementos em toda a manifestação, mesmo nos sabores teremos a influência dos Doshas. O sabor (Rasa) é imediatamente percebido na língua, ao ser ingerido, mas seu efeito se observa em todo o corpo, incluindo a mente. Os sabores podem ser seis em número, segundo a Ayur Veda e equilibram, agravam ou reduzem os Doshas. Doce, salgado, ácido, picante, amargo e adstringente. Por experiência sabemos que a ingestão continua e intensa de doces provoca excesso de peso. A ingestão de picantes acelera a digestão e nos predispõe para novos sabores. A Ayur Veda estuda como o sabor doce se compõe de elementos Kapha e, portanto a sua ingestão em demasia, acaba agravando o mesmo Dosha Kapha. Assim todos os sabores são estudados pela sua composição e sua influência conseqüente nos Doshas. A Ayur Veda recomenda uma dieta balanceada com os seis sabores para ter uma vida mais saudável e prevenir dessa forma desequilíbrios.

Virya (energia calórica)
A temperatura (Virya) deveria ser observada, pois é muito importante de acordo com a Ayur Veda, uma vez que esta tem participação crucial na digestão. Os efeitos dos alimentos “quentes” podem ser observados, por exemplo, na maior facilidade da sua digestão, uma vez que o organismo não precisa dispensar energia extra, e o contrário pode-se observar quando ingerimos alimentos “frios”, o organismo precisa tomar emprestada a energia calórica para o processo de digestão de tais alimentos. Por outro lado também tivemos a experiência de evitar temperaturas frias para uma criança com um quadro de gripe, ou com tosse produtiva. Ou seja, em termos da Ayur Veda, o Virya será responsável pelo Pitta numa digestão.Vai definir uma digestão boa, lenta ou rápida. Um Virya “frio” vai incrementar o Vata e o Kapha e acalmar o Pitta e um Virya “quente” incrementa o Pitta, reduzindo e acalmando Vata e Kapha. Por exemplo, damos chás “quentes” para um quadro de gripe com intenção de fluidificar os mucos (Kapha). O Virya dos alimentos incide na temperatura do corpo, e na digestão, e seu estudo e aplicação na nossa vida diária nos protege de desordens na saúde.

Vipaka (digestão específica ou efeito pós-digestivo)
O terceiro efeito estudado é o efeito pós-digestivo (Vipaka), e é o que ocorre ao finalizar o processo de digestão, quando os tecidos absorveram todos os nutrientes encontrados no alimento ingerido. Este é um efeito muito sutil, porém conhecemos algumas maneiras para detectá-lo, por exemplo, já tivemos experiência de saborear algo que depois de digerido se apresentou com outro sabor. A Ayur Veda analisa os seis sabores e seus efeitos pós-digestivos como sendo três, doce, ácido e picante. E aconselha que observemos estes detalhes para uma saúde estável. Os sabores doces e salgados têm um efeito doce, o ácido permanece como ácido e os três sabores restantes, a saber, picante, amargo e adstringente, terão um efeito pós-digestivo picante. O conhecimento do Vipaka de um alimento é indireto, assim, só poderemos identificá-lo conhecendo antes o seu sabor.

Prabhava (efeito na consciência).
Prabhava é o efeito provocado pelos alimentos na mente, na consciência, e este é um ponto de vista único da Ayur Veda. È um efeito muito sutil, porém direto e poderoso na mente, e por sua sutileza, carência de lógica e imprevisibilidade, dificilmente pode ser catalogada, sendo mística e estranha.
Podemos perceber sua influência se observarmos com atenção um indivíduo que se alimenta, por exemplo, em estabelecimentos que comercializam alimentos industrializados, e outro que se alimenta com comidas feitas pela carinhosa mãe. O carinho da mãe entra em ação bem antes da preparação dos alimentos, mesmo na escolha dos ingredientes, levando em consideração o gosto e as necessidades nutricionais do seu “freguês”, e todo o cuidado durante os preparativos desse alimento para se chegar a um prato atrativo, nutritivo e satisfatório. Não podemos afirmar que o mesmo processo seja levado a cabo nos estabelecimentos de alimentos industrializados, mesmo que se esforcem colocando uma foto na parede com o “empregado do mês”, lindo e bem sorridente. Os efeitos na mente serão bem visíveis para o observador atento.

A Ayur Veda, como medicina, tem muitas maneiras simples e objetivas de nos ajudar no nosso dia a dia.

segunda-feira, 5 de março de 2007

A conclussão Bhaktivedanta de Hatha Yoga e Ayur Veda...

Holá..
Seja benvindo(a)... nos sentimos honrados com a sua visita.!!
O nome deste Blog sugere o nosso desejo de evidenciar o amor, a devoção, o sentimento, e todos os sinónimos que conhecemos para a palavra sânscrita "Bhakti", dentro de duas tradições irmãs Hatha Yoga e Ayur Veda.
Um bom prato de arroz pode ser muito saborosso e nutritivo, mais ao ser banhado com guee, sementes de mostarda e feno greco, seu sabor, energia e efeito pôs digestivo mudam para melhor. Ainda se este prato de arroz for energizado pela recitação de mantras e oferendado à Divindade... certamente que seu efeito na consciencia de quem o saboreia será outro!!
Hatha Yoga , tanto como Ayur Veda são extremamente benéficos e necessários para a raça humana. Sob a visão de Bhakti, o efeito destas pode aumentar ilimitadamente.
Com a visão de Bhakti, o praticante terá sempre seu coração e sentimentos amorosos em primeiro lugar, e sua devoção alimentada.
Harmonia, um dos objetivos de todos, é acessível sob a visão de Bhakti, pois enxergando uma dependencia saudável na Divina Providência, em última instância, estabelecemos um relacionamento de respeito e aprecio por tudo e todos.
Tomara que este propósito sempre seja mantido, para o nosso benefício e de todos os que amavelmente nos visitam.
Esteja à vontade para sugestões, críticas, pontos de vista, comentários e tudo a mais. Entre pessoas de bom caráter fica impróprio a colocação de regras, assim sendo este blog irá refletir tudo o que nele for colocado.
Que Deus NOS abençõe.